Meu amigo,
Não deixes que a ave peçonhenta do orgulho faça ninho em teu coração, para chocar e produzir filhos perniciosos como a vaidade, a prepotência, a intolerância, a indiferença, o desamor, a ingratidão, o ódio, a cólera, a vingança e toda uma família de iniqüidades que te deforma a alma e te impede a visita da felicidade.
Nunca te imagines dominador e proprietário dos sentimentos alheios, porque a ninguém é dado o direito de ver, pensar nem sentir pelos outros. Todos somos iguais perante Deus que nos concedeu o livre-arbítrio para que tenhamos a autonomia de decidir sobre o nosso próprio destino.
No ambiente de provas do lar, nas relações do trabalho, como chefe ou chefiado; ou em meio à perturbação na rua, permite que a sugestão de humildade que verte do Alto sobre todos os homens possa encontrar guarida em tua casa mental. Essa sugestão é a voz de Deus exortando-te ao exercício da paciência e do amor fraterno que produz a paz, unindo os homens como verdadeiros irmãos.
Se amas, não transformes o coração em cárcere dos teus caprichos, escravizando em vez de libertar a pessoa amada. Amar é um ato de humildade, mas nunca de humilhação.
Se te sentes ofendido por quem te deu sempre provas de afeição e testemunho de lealdade, aprende a transformar tuas reações de orgulho em prova de compreensão, tolerância e perdão.
Reconhece-te primeiro como alma imperfeita e suscetível ao erro, para que possas avaliar com isenção as imperfeições alheias. Evita o grito, que é a buzina do orgulho, e adota a musicalidade de um coração que bate desarmado.
Ora e te esforça no bem que a ginástica do bem faz esquecer o mal. Quebra as algemas do orgulho pelo poder transformador da vontade. Imagina-te pequenino para te libertares de falsa idéia de grandeza que conduz ao narcisismo e à irracionalidade. Humilha-te, e a tua ginástica de humildade terminará vencendo a obesidade do teu orgulho, para o teu bem e de todos os que te compartilham os passos na senda da evolução.
Com a paz de Jesus
Deocleciano