Os adversários do Espiritismo estão sempre à procura de contradições nas obras Kardequianas [1] com o intuito de causar desconfianças e polêmicas. Essa busca por inconsistências doutrinárias que possam ser usadas para refutar os argumentos Espíritas é um sintoma natural de incômodo, visto que como opositores da Doutrina Espírita, eles não poderiam ficar alheios à aceitação que os princípios espiritistas estão tendo na sociedade.
Entretanto, como não conseguem encontrar incoerências, muitas vezes utilizam-se de artifícios como a ligação forçada entre textos, que são propositadamente separados de seu contexto na tentativa de criar uma discrepância entre o que está escrito e o que é veiculado. É o que aconteceu com as palavras contidas no livro “A Gênese” em que o codificador declarou que considerava Jesus um Espírito Superior da mais alta hierarquia: “considerando-o apenas um Espírito superior, não podemos deixar de reconhecê-lo um dos de ordem mais elevada” [2]. Muitos desses irmãos viram nessa afirmativa de Kardec um meio para demonstrar que ele identificava Jesus como um Espírito pouco elevado, diferentemente do que geralmente é difundido no meio espírita. Pertencente à segunda ordem, a dos espíritos superiores de acordo com a classificação hierárquica proposta em o “Livro dos Espíritos” (L.E), Jesus não seria então um Espírito puro de primeira ordem.
Dessa forma, o Espiritismo, na opinião desses nossos irmãos, na realidade diminui a importância da personalidade de Jesus colocando-o como tendo uma autoridade limitada com relação ao orbe terreno, tendo sido apenas um simples instrutor moralista e caridoso. Pertencendo ainda a ordem dos espíritos superiores, o mestre de Nazaré ainda teria provações a suportar naquela época, o que segundo esses irmãos opositores, seria a explicação Espírita para o sofrimento do Mestre.
E para respaldar ainda mais essa apreciação errônea, eles geralmente colocam ao lado da afirmação de Kardec, a questão 98 do “L.E” onde se lê:
“Os Espíritos da segunda ordem só têm o desejo do bem; terão também o poder de fazê-lo? — Eles têm esse poder, de acordo com o grau de sua perfeição: uns possuem a ciência; outros a sabedoria e a bondade. Todos, entretanto, ainda têm provas a sofrer”.
Essa resposta dada pelos Espíritos à primeira vista parece realmente corroborar com o raciocínio desses antagonistas, demonstrando uma clara contradição entre o que os Espíritas divulgam a respeito da figura de Jesus e o que realmente a Doutrina Espírita ensina.
Infelizmente, muitos admiradores do Espiritismo não se dão ao trabalho de examinarem com mais atenção o texto na sua íntegra, diretamente do livro e caem nessa armadilha. Os não espíritas passam a acreditar que encontraram mais um argumento de oposição ao Espiritismo e divulgam esse sofisma sem nenhum critério.
Todavia, as palavras de Allan Kardec foram desconectadas intencionalmente, separadas de seu conjunto com a finalidade de validar raciocínios falsos, acerca do que realmente ensina o Espiritismo sobre Jesus e sua condição evolutiva.
No mesmo capítulo do livro “A gênese” de onde foi manipulada a afirmativa do codificador, podemos encontrar o verdadeiro sentido das palavras de Kardec:
“Como homem, tinha a organização dos seres carnais; porém, como Espírito puro, desprendido da matéria, havia de viver mais da vida espiritual, do que da vida corporal, de cujas fraquezas não era passível.”
Agora podemos compreender o que Kardec queria explicar quando ressaltou que a superioridade de Jesus era da “mais alta hierarquia”: demonstrar nesse trecho, omitido pelos opositores, que Jesus era um Espírito Puro, ou seja, dentre os Espíritos superiores o Rabi da Galileia estava na mais alta posição hierárquica em pureza e autoridade. Pertencendo dessa forma, à primeira ordem:
“Na primeira ordem, podemos colocar os que já chegaram à perfeição: os Espíritos puros. Na segunda, estão os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é a sua preocupação. Na terceira, os que estão ainda na base da escala: os Espíritos imperfeitos, que se caracterizam pela ignorância, o desejo do mal e todas as mais paixões que lhes retardam o desenvolvimento”. (questão 97 do L.E)
No Livro o céu e o Inferno Cap.3 item 12 Lê-se o seguinte: “Os puros Espíritos são os Messias ou mensageiros de Deus pela transmissão e execução das suas vontades. Preenchem as grandes missões, presidem à formação dos mundos e à harmonia geral do Universo, tarefa gloriosa a que se não chega senão pela perfeição. Os da ordem mais elevada são os únicos a possuírem os segredos de Deus, inspirando-se no seu pensamento, de que são diretos representantes”.
Jesus como um Espírito puro, foi escolhido por Deus para formar a terra e governa-la, encaminhando a evolução das criaturas que aqui vivem. Ele tem toda a autoridade outorgada pelo criador relativamente a este orbe, assim sendo, Jesus segundo o Espiritismo é o CRISTO PLANETÁRIO.
Ele é a representação do Pai que podemos ter acesso, a essência mais próxima de Deus que podemos suportar. Essa afirmação pode até aparentemente sugerir que Deus está muito distante do homem, entretanto, o Espiritismo ensina que Deus é uma inteligência infinita que interpenetra todas as coisas e está até dentro de nós e por meio da oração podemos entrar em sintonia com o nosso criador. Porém, Jesus, devido ao nosso estado evolutivo encontrasse mais próximo das necessidades diretas do nosso orbe, assim como tambem os anjos ou, como dizemos os espíritos superiores. Por isso, na questão 625 do L.E, Jesus é considerado o mais perfeito modelo a ser seguido.
Para a Doutrina Espírita Jesus não teve outras encarnações na terra, não necessitando resgatar débitos nem passar por provações, mas, como um Espírito puro pôde encarnar na nossa esfera, incumbência que Ele mesmo si impôs. [3]
Jefferson Moura de Lemos
[1] Lembramos que o código Kardequiano não se restringe aos cinco livros que normalmente são divulgados, mas, abrange ainda outros volumes: O que é o Espiritismo, Viagem Espírita de 1862, Obras Póstumas, o Principiante Espírita, A Obsessão, O Espiritismo na sua expressão mais simples, Instrução prática sobre as manifestações espíritas (foi substituída pelo Livro dos Médiuns). Incluindo-se tambem a Revista Espírita, um periódico lançado pelo codificador em 1858 e que esteve sob a sua direção até o seu desencarne.
[2] A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Cap. XV item 2.
[3] “Os Espíritos já purificados descem aos mundos inferiores? “Fazem-no frequentemente, com o fim de auxiliar-lhes o progresso. A não ser assim, esses mundos estariam entregues a si mesmos, sem guias para dirigi-los.” (O Livro dos Espíritos, questão 233).
Fonte: https://jeflemos.wordpress.com
Entretanto, como não conseguem encontrar incoerências, muitas vezes utilizam-se de artifícios como a ligação forçada entre textos, que são propositadamente separados de seu contexto na tentativa de criar uma discrepância entre o que está escrito e o que é veiculado. É o que aconteceu com as palavras contidas no livro “A Gênese” em que o codificador declarou que considerava Jesus um Espírito Superior da mais alta hierarquia: “considerando-o apenas um Espírito superior, não podemos deixar de reconhecê-lo um dos de ordem mais elevada” [2]. Muitos desses irmãos viram nessa afirmativa de Kardec um meio para demonstrar que ele identificava Jesus como um Espírito pouco elevado, diferentemente do que geralmente é difundido no meio espírita. Pertencente à segunda ordem, a dos espíritos superiores de acordo com a classificação hierárquica proposta em o “Livro dos Espíritos” (L.E), Jesus não seria então um Espírito puro de primeira ordem.
Dessa forma, o Espiritismo, na opinião desses nossos irmãos, na realidade diminui a importância da personalidade de Jesus colocando-o como tendo uma autoridade limitada com relação ao orbe terreno, tendo sido apenas um simples instrutor moralista e caridoso. Pertencendo ainda a ordem dos espíritos superiores, o mestre de Nazaré ainda teria provações a suportar naquela época, o que segundo esses irmãos opositores, seria a explicação Espírita para o sofrimento do Mestre.
E para respaldar ainda mais essa apreciação errônea, eles geralmente colocam ao lado da afirmação de Kardec, a questão 98 do “L.E” onde se lê:
“Os Espíritos da segunda ordem só têm o desejo do bem; terão também o poder de fazê-lo? — Eles têm esse poder, de acordo com o grau de sua perfeição: uns possuem a ciência; outros a sabedoria e a bondade. Todos, entretanto, ainda têm provas a sofrer”.
Essa resposta dada pelos Espíritos à primeira vista parece realmente corroborar com o raciocínio desses antagonistas, demonstrando uma clara contradição entre o que os Espíritas divulgam a respeito da figura de Jesus e o que realmente a Doutrina Espírita ensina.
Infelizmente, muitos admiradores do Espiritismo não se dão ao trabalho de examinarem com mais atenção o texto na sua íntegra, diretamente do livro e caem nessa armadilha. Os não espíritas passam a acreditar que encontraram mais um argumento de oposição ao Espiritismo e divulgam esse sofisma sem nenhum critério.
Todavia, as palavras de Allan Kardec foram desconectadas intencionalmente, separadas de seu conjunto com a finalidade de validar raciocínios falsos, acerca do que realmente ensina o Espiritismo sobre Jesus e sua condição evolutiva.
No mesmo capítulo do livro “A gênese” de onde foi manipulada a afirmativa do codificador, podemos encontrar o verdadeiro sentido das palavras de Kardec:
“Como homem, tinha a organização dos seres carnais; porém, como Espírito puro, desprendido da matéria, havia de viver mais da vida espiritual, do que da vida corporal, de cujas fraquezas não era passível.”
Agora podemos compreender o que Kardec queria explicar quando ressaltou que a superioridade de Jesus era da “mais alta hierarquia”: demonstrar nesse trecho, omitido pelos opositores, que Jesus era um Espírito Puro, ou seja, dentre os Espíritos superiores o Rabi da Galileia estava na mais alta posição hierárquica em pureza e autoridade. Pertencendo dessa forma, à primeira ordem:
“Na primeira ordem, podemos colocar os que já chegaram à perfeição: os Espíritos puros. Na segunda, estão os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é a sua preocupação. Na terceira, os que estão ainda na base da escala: os Espíritos imperfeitos, que se caracterizam pela ignorância, o desejo do mal e todas as mais paixões que lhes retardam o desenvolvimento”. (questão 97 do L.E)
No Livro o céu e o Inferno Cap.3 item 12 Lê-se o seguinte: “Os puros Espíritos são os Messias ou mensageiros de Deus pela transmissão e execução das suas vontades. Preenchem as grandes missões, presidem à formação dos mundos e à harmonia geral do Universo, tarefa gloriosa a que se não chega senão pela perfeição. Os da ordem mais elevada são os únicos a possuírem os segredos de Deus, inspirando-se no seu pensamento, de que são diretos representantes”.
Jesus como um Espírito puro, foi escolhido por Deus para formar a terra e governa-la, encaminhando a evolução das criaturas que aqui vivem. Ele tem toda a autoridade outorgada pelo criador relativamente a este orbe, assim sendo, Jesus segundo o Espiritismo é o CRISTO PLANETÁRIO.
Ele é a representação do Pai que podemos ter acesso, a essência mais próxima de Deus que podemos suportar. Essa afirmação pode até aparentemente sugerir que Deus está muito distante do homem, entretanto, o Espiritismo ensina que Deus é uma inteligência infinita que interpenetra todas as coisas e está até dentro de nós e por meio da oração podemos entrar em sintonia com o nosso criador. Porém, Jesus, devido ao nosso estado evolutivo encontrasse mais próximo das necessidades diretas do nosso orbe, assim como tambem os anjos ou, como dizemos os espíritos superiores. Por isso, na questão 625 do L.E, Jesus é considerado o mais perfeito modelo a ser seguido.
Para a Doutrina Espírita Jesus não teve outras encarnações na terra, não necessitando resgatar débitos nem passar por provações, mas, como um Espírito puro pôde encarnar na nossa esfera, incumbência que Ele mesmo si impôs. [3]
Jefferson Moura de Lemos
[1] Lembramos que o código Kardequiano não se restringe aos cinco livros que normalmente são divulgados, mas, abrange ainda outros volumes: O que é o Espiritismo, Viagem Espírita de 1862, Obras Póstumas, o Principiante Espírita, A Obsessão, O Espiritismo na sua expressão mais simples, Instrução prática sobre as manifestações espíritas (foi substituída pelo Livro dos Médiuns). Incluindo-se tambem a Revista Espírita, um periódico lançado pelo codificador em 1858 e que esteve sob a sua direção até o seu desencarne.
[2] A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Cap. XV item 2.
[3] “Os Espíritos já purificados descem aos mundos inferiores? “Fazem-no frequentemente, com o fim de auxiliar-lhes o progresso. A não ser assim, esses mundos estariam entregues a si mesmos, sem guias para dirigi-los.” (O Livro dos Espíritos, questão 233).
Fonte: https://jeflemos.wordpress.com
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