O Cristianismo, fundamentado no conceito sublime do "amar ao próximo como a si mesmo", abriu as primeiras portas da compaixão e da misericórdia aos portadores de lepra, nos dias difíceis dos séculos passados. Proliferaram, assim, os lazaretos,onde cada recém-chegado era considerado como "se fosse o próprio Cristo que ali se hospedava", passando a receber a caridade da assistência e o socorro do amor fraterno. Muito deve a Humanidade a esses primeiros hospitais, se levarmos em consideração a época de ignorância e promiscuidade, de imundície e indiferença humana, em que se multiplicaram.
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Se o passado é nossa sombra de dor, o futuro significa a nossa primavera de bênçãos, conforme o presente ao nosso alcance. As trevas cedem ante a luz, e o sofrimento desaparece em face à alegria da esperança e ao consolo da consciência em tranqüilidade. Ninguém paga além do débito a que se vincula. O amor, porém, é o permanente haver, em clima de compensação de todas as desgraças quer por acaso hajamos semeado, recompensando-nos o espírito pelo que fizermos em nome do bem e realizarmos em prol de nós mesmos.
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Não receies, nem temas, nunca! O pântano desprezível é desafio ao nosso esforço para mudar-lhe o aspecto, e a aridez do deserto é incitação à nossa capacidade de transformá-la em jardim de esperanças e em pomar de bênçãos...Imprescindível começar agora a nossa obra de aprimoramento interior, enquanto surge a oportunidade favorável. Amanhã, talvez seja tarde demais, e o minuto valioso já se terá esvaído na ampulheta do tempo. Cada coração é nosso momento de produzir. Cada sofrimento é a nossa quota de reparação. O adversário significa o solo a trabalhar, esperando por nós, enquanto o amigo é dádiva de que nos devemos utilizar com respeito e elevação.
Espírito Victor Hugo
De Divaldo P. Franco em "Sublime Expiação"
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